A primeira universidade brasileira foi fundada há 210 anos e nesse ínterim, a procura pelos cursos e áreas de formações não mudou muito.
As primeiras universidades fundadas foram a de Cirurgia e Anatomia em Salvador – hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia), a de Anatomia e Cirurgia, no Rio de Janeiro (atual Faculdade de Medicina da UFRJ) e a Academia da Guarda Marinha, também no Rio.
Dois anos após, foi fundada a Academia Real Militar (atual Escola Nacional de Engenharia da UFRJ). Seguindo este fluxo, a de Agricultura em 1814 e a Real Academia de Pintura e Escultura1
Então agora vamos mostrar a vocês, considerando o período de 1998 até 2017, a evolução das matrículas por cursos no Brasil.
Tendo em mente que anterior a este período, apesar de várias mudanças e reformulações no conceito, objetivos e funcionamento de nossas universidades; as engenharias, medicina e direito predominavam até a década de 1960.
Em 1998, por exemplo, haviam 2.125.958 matriculados no ensino superior em universidades no Brasil. 81% destes concentrados em 15 cursos.
A participação dos 15 principais cursos caiu para 61% em 2009 e manteve essa média até 2017.
Importante observar que destes 15 mais procurados em 2017, 10 já eram os mais procurados em 1998.
Ou seja, nos últimos 20 anos, ficamos sem grandes inovações nas áreas de conhecimento ou cursos. Mesmo os que entram em saem no top 15 nas últimas 2 décadas, não são cursos inovadores ou com algo em especial a ver com o contexto econômico do Brasil ou do mundo.
Quando analisamos as estratégias de nossas instituições de ensino, pensando em quais cursos abrir, se você busca crescimento e não atuação em nicho, provavelmente sua melhor estratégia será seguir a tabela de matrículas em cursos por região do Brasil e comparar de forma contínua o que sua instituição oferece com o que a IES concorrente oferece e assim tomar a decisão.
Obviamente os cálculos de inteligência de mercado melhoram a precisão, não podem ser considerados uma Rocket Science.
Então veja abaixo a lista de alunos matriculados por curso em instituições públicas e privadas no Brasil em 2017, modalidade presencial.
Confira a tabela comparativa das IES privadas de modalidade presencial:
E para completar a listagem os cursos EAD, o comparativo entre instituições públicas e privadas:
E apenas da modalidade privada:
Bom, podemos pensar que o Brasil não evoluiu em mais essa necessidade de educação, ou que estamos presos em paradigmas do passado em relação a carreira e profissões.
Para colaborar com o raciocínio, propomos uma comparação com outros países, principalmente na porcentagem de formação de profissionais por área de conhecimento.
Observem no gráfico abaixo que cada país tem seus segmentos específicos de formação, claramente relacionado com o contexto histórico de cada um. Por isso compare as áreas de formação de profissionais, e imaginando que o Brasil seguirá a linha de desenvolvimento econômico e educacional destes, os atuais cursos mais procurados continuarão a serem os mais procurados por algum bom tempo (atenção nas áreas de ciências exatas e engenharia).
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Fontes e referências:
1- Nexo Jornal.