Publicado em 09 agosto 2019 e escrito por Telio Bicalho
Desde 2014, a procura por financiamentos estudantis por alunos e candidatos ao ingresso em instituições de ensino privadas têm aumentado exponencialmente. E a boa notícia é o surgimento do novo termo “financiamento estudantil privado”.
Basta pensar que até 2017, segundo o Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), esse número praticamente duplicou.
Esses dados têm muito a ver com a crise econômica vigente no país desde este período e o consequente aumento da competitividade de mercado em praticamente todas as profissões – o que exige algum tipo de especialização por parte de quem procura ou quer melhorar de cargo.
É um meio mais acessível, principalmente a nível burocrático, de ofertar descontos e bolsas para os alunos que precisam de auxílio financeiro para ingressar e realizar o curso desejado.
Além dos conhecidos FIES e Prouni, no mercado já existem instituições privadas especializadas em financiamentos estudantis não governamentais, como o Pra Valer, mas há uma nova tendência em ascensão neste meio, que são os financiamentos próprios, que são planejados e oferecidos de acordo com as regras e condições das próprias IE.
Quem está ingressando na sua IE privada há pelo menos dois anos não é mais a mesma geração de 5 anos atrás.
Estamos lidando com uma geração que já iniciou seus estudos perante um período de instabilidade financeira e que tem aspirações de carreira e objetivos de vida muito diferentes das gerações anteriores.
Existe um novo esforço necessário, que é o de convencer esses alunos, que fazer um curso de longa duração trará o retorno do qual necessitam e um dos parâmetros analisados, claro, é o valor do investimento.
O ingresso das classes C e D ao ensino superior está cada vez mais comum, mas isso não muda o fato de que essas pessoas pensam bastante em onde estão colocando seu dinheiro – e mesmo que os estudos sejam um fator importante na vida dessas pessoas, elas ainda dividem prioridades.
Agora, pense nesse contexto de ruptura econômica em contraponto com a crescente competitividade de mercado e o aumento dos valores das mensalidades: a procura por descontos, financiamentos e bolsas é quase óbvia.
E o fato contrário é que cada vez menos as modalidades de financiamentos públicos suprem a demanda de contratos – os índices de inadimplência do Fies e os cortes de verbas para instituições de ensino público são comprovantes desse novo contexto.
A crise do setor educacional e a redução de bolsas ofertadas pelo FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) estimula o crescimento das ofertas de descontos e financiamentos próprios das instituições privadas – que oferecem maior proximidade e negociação com os alunos e praticamente não exigem pré-requisitos.
Segundo dados do Semesp, as diversas modificações de regras e surgimento de restrições no FIES fez com que de 2014 para 2017, o porcentagem de estudantes com a mensalidade financiada pelo governo caísse de 21,3% para 5,7%.
Isso por que em 2015, o FIES passou por uma série de modificações nas regras de funcionamento, que envolvem restrições e diminuição de vagas.
As universidades estão identificando que os financiamentos públicos estão apresentando dificuldades nos últimos anos e mesmo assim continuam sendo necessários. Foi nesse contexto que começaram a surgir os financiamentos privados.
Eles apresentam mais flexibilidade de contratação ou encerramento, menos burocracia para inscrição, concorrência menor para obtenção e menos pré requisitos – o que os torna mais acessíveis para a negociação entre aluno e instituição de ensino privada.
Um bom exemplo de financiamento próprio é o PEP, oferecido pelo Grupo Pitágoras.
Por fim, sabemos que o processo de captação depende de muitos fatores, mas é muito guiado pelo fator financeiro.
Os alunos quando percebem maior facilidade em pagar pela graduação ou pós graduação, optam melhor pelo curso, o que ajuda, como plus, a diminuir as taxas de evasão na sua IE.
Interessante, não é mesmo? Pois saiba que essa é uma das principais estratégias que estão sendo utilizadas para diferenciar as IEs nesse novo contexto econômico pelo qual está passando o Brasil.
A CRM Educacional está aqui para ajudar você a entender o mercado educacional e escolher as melhores práticas para estratégias de captação e manutenção da permanência dos alunos na sua instituição.
Deixe seu comentário ou se precisar, entre em contato com a gente!
Sobre o autor:
Telio Bicalho Bacharel em Sistemas de Informação, possui MBA em Gestão Estratégica de Projetos, MBA em Inteligência Competitiva e Inovação em Marketing. Certificado pelo Project Management Institute como Project Management Professional (PMP), atuante no mercado de educação há 15 anos.